Figura de Linguagem

06:27




Eu, elipse suficiente para esconder a palavra que queres ouvir,
não consigo ser assíndeto e ocultar a conjunção que queria entre nós.
Porque metonimicamente a obra virou autor,
e eu me personifiquei em sentimento.


É que não existe comparação que consiga explicar,
o pleonasmo nos meus gestos ou a sinestesia no meu sentir.
Não existe metáfora que possa falar
a gradação na minha íris dilatada ao te abraçar.


Pois pra mim tu é consoante,
consoante que entra em aliteração nos meus pensamentos.
Consoante que faz a onomatopeia do meu coração soar mais alto,
que completa o meu alfabeto defeituoso.
Consoante, que soa tão bem para os meus ouvidos
que eu repito e repito ao ar pois na minha língua já virou expressão,
e eu não ligo se te repetir em meus dias for anáfora não.

É irônico saber que,
nesse meu mundo mundo paradoxal,
sua personalidade hiperbólica
é perfeita para a minha eufemista.






You Might Also Like

0 comentários