Eu estava meio que sem lugar fixo, mas foi deitada na sua cama, segurando a cabeça com um braço enquanto apoiava o corpo todo no cotovelo, ouvindo você falar sobre o seu dia, que eu percebi que tinha encontrado uma morada. Eu me dei conta que era aqui que eu tenho que ficar, quando eu estava planejando um futuro diferente contigo, quando comecei a fazer planos sobre os nomes dos nossos animais, a cor da nossa casa e a cidade que nós iríamos morar. Eu encontrei o rumo certo logo que comecei a sentir falta dos seus dedos entrelaçando os meus, depois vi que calor é bom sim, mas só o do seu corpo. Achei meu lugar quando você se tornou meu cobertor em dias de tempestade, eu percebi que tinha segurança no laço do teu abraço. 





   Como é bom quando a gente encontra alguém pra chamar de lar, né? É tão gostoso saber que eu moro dentro de você e tu dentro de mim, amor. Nós somos mútuos. Não é que eu estaria perdida sem você, mas eu estava tão andarilha, tão mochileira, partindo de canto em canto, que não passava por minha cabeça que ter um lugarzinho pra ancorar fosse tão bom assim. Você foi minha casinha na beira da estrada, quem me deu vontade de desarrumar minha mala e dividir um armário, a mesa de jantar e a cama pra solteiro - quanto mais juntinhos, melhor. Foi você que me fez perceber que bom mesmo é se compartilhar com o outro e ficar sozinho junto é melhor que sozinho só, entende?
     
      Foi você que me fez perceber que é bom morrer de amores e continuar vivendo.